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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Tudo tem um por que


Não sei ao certo a idade que eu tinha, mas era no tempo em que eu adorava ajudar a minha mãe a fazer bolo. Há muito tempo.

Minha mãe preparava uma afro descente esquizofrênica, popularmente conhecida como nega maluca, e pediu que eu untasse a forma. Fui até o fogão, peguei as formas e as engraxei como eu costumava dizer. O fogão era daqueles antigos. Duas portas, uma onde se guardava as formas na parte debaixo, e duas asinhas do lado, quem já teve ou conhece alguém que ainda tem sabe como é. Moderníssimo e azul, para combinar com a geladeira vermelha.

Formas engraxadas e nega maluca pronta, hora de colocar no forno. Ao fazer isso minha mãe percebeu que tinha algo estranho dentro do fogão engalhado na grade por onde saia o fogo, mas achou que fosse uma lagartixa e acreditando que ela logo sairia dali por causa do calor, não deu bola.

Passado alguns minutos um cheiro forte tomou conta da cozinha. Pensando que era a pobre afro torrando, minha mãe foi ver o bolo. Ao reparar que a culpa não era da nega, e sim da suposta lagartixa, que ainda não tinha fugido, minha mãe pegou uma faca e começou a raspar a suposta lagartixa a fim de fazê-la cair. Nada!
Sem sucesso, minha mãe decidiu abrir a porta debaixo, onde ficavam as formas. Então, uma surpresa. Uma cobra!

Não preciso dizer porque não tem
 foto de cobra  no post né?
Literalmente com fogo no facho, a bichana não parava quieta. Depois do susto inicial, minha mãe super poderosa pegou uma vassoura e acabou com a raça da bicha. Para que ninguém duvidasse que tinha uma cobra no nosso fogão, minha mãe ainda se deu ao trabalho de colocar a bicha dentro de uma forma e levou para o vizinho - conhecedor de cobras diz ela -. Era só uma jararaca.

Depois daquele dia, antes de tomar banho, dormir, sentar e coisas do tipo, eu fazia uma varredura. Demorou pra eu me convencer de que não iria acontecer de novo. E essa é a história de como eu adquiri um medo fora do normal de cobras. Desde então eu evito andar no meio do mato e não vejo fotos ou vídeos em que as danadas apareçam, pelo menos não por vontade própria. Mas sempre tem um filho de uma boa mãe que insisti em me assustar com isso.

Não pensem que é frescura. Sério, é apavorante e não tem graça. Eu costumo rir depois que alguém me assusta por causa disso, mas o riso não é de graça, é de nervoso. Vou parar por aqui porque já está me dando um formigamento no pé.

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