Publicidade

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Qual a origem dos nomes dos meses?

Nomes homenageiam divindades e festas romanas

Tudo começou na Roma Antiga, alguns séculos antes da Era Cristã. No primeiro calendário romano, do século VII a.C., um ano tinha 304 dias e era dividido em 10 meses. A contagem começava em março e terminava em dezembro. Com o passar do tempo o sistema atrasou em relação ao ano solar, que tem, na verdade, 365, 25 dias. Na época do imperador Numa Pompílio, ainda no século VII a.C., a contagem atrasou 51 dias em relação ao início das estações. Foi aí que Pompílio criou mais dois meses, janeiro e fevereiro, e o ano passou a ter 354 dias. Porém, não demorou para que outro desajuste ocorresse. Júlio César, tentando arrumar de vez a bagunça, introduziu em 46 a.C., o ano de 365 dias, baseando-se em um modelo utilizado pelos egípcios, só que sem alterar os nomes dos meses.

Os primeiros seis haviam sido batizados em homenagem a deuses e festividades romanas, e os seguintes, de acordo com sua ordem numérica. Somente Julho e Agosto foram rebatizados depois em homenagem a Júlio César e seu sucessor, César Augusto. Confira:

JANEIRO
Homenagem a Jano, deus de duas faces, uma voltada para a frente e outra para trás. Jano é o protetor das entradas e saídas, e era considerado também deus dos princípios e começos - como a primeira hora do dia e o primeiro mês do ano.
FEVEREIRO
Referência ao festival celebrado nessa época do ano, em Roma, chamado Februália, ou Purificação - ocasião em que eram oferecidos sacrifícios aos mortos para acalmá-los.
MARÇO
Dedicado a Marte, deus da guerra. Nesse mês, o primeiro do ano antes da reforma feita por Pompílio, escudos sagrados eram levados pelos sacerdotes em volta da cidade, homenageando a divindade.
ABRIL
Duas hipóteses são consideradas. A primeira diz que o nome seria uma homenagem a Afrodite, deusa do amor, a quem o mês é consagrado. A segunda afirma que ele seria derivado da palavra latina aperire, referência à abertura das flores, já que nessa época é primavera no hemisfério norte.
MAIO
Deusa responsável pelo crescimento das plantas e mãe de Mercúrio, Maia era a divindade celebrada nessa época do ano.
JUNHO
Deusa do casamento e do parto, Juno era considerada a protetora das mulheres, especialmente das esposas legítimas.
JULHO
Inicialmente chamado de Quintilis, por ser o quinto mês antes da reforma, foi rebatizado em homenagem ao imperador Júlio César, em 44 a.C.
AGOSTO
Uma homenagem ao imperador César Augusto, que reformou a estrutura de governo do Império Romano, além de somar a ele novos territórios.
SETEMBRO
O nome vem do latim septem, ou sete. Esse era o sétimo mês do primeiro calendário romano, antes da reforma de Pompílio.
OUTUBRO
Vem do latim octo, ou oito. Era o oitavo mês antes da reforma.
NOVEMBRO
Vem do latim novem, nove. Era o nono mês antes da tal reforma.
DEZEMBRO
Vem do latim decem, ou dez. Era o décimo e último mês do primeiro calendário romano.
Por que fevereiro tem só 28 dias?

Até 27 a.C., fevereiro tinha 29 dias. Quando rebatizaram agosto para homenagear Augusto, surgiu um problema: julho, o mês de Júlio César, tinha 31 dias, e o do imperador, só 30. Então, para não desagradar ninguém, decidiram tirar mais um dia de fevereiro.


Fonte: Mundo Estranho e Aventuras na História

segunda-feira, 27 de abril de 2015

As 10 pessoas que mudaram o mundo

A fim de comemorar seus 10 anos, a Aventuras na História elaborou um Top 10 com os personagens cuja ação ajudou a determinar a forma como a sociedade se comporta atualmente. Os eleitores foram historiados, escritores e jornalistas, do Brasil e também do exterior, além de leitores da revista. A lista, nas palavras dos redatores do texto Fábio Marton e Wagner Gutierrez Barreira, não trata dos “10 heróis” ou das “10 pessoas que ajudaram a fazer deste um mundo melhor”, mas mostra que “nosso mundo também é fruto do que se tenta evitar – e do esforço para que tragédias não se repitam”. Confira:

Jesus Cristo

Para muitos, ou melhor, para os muitos que nele crêem, nenhum outro personagem desta lista existiria sem ele. Fundador da maior religião do mundo e de boa parte da história ocidental. Ainda que a civilização cristã raramente tenha conseguido viver de acordo com as palavras de Jesus, a Igreja fundada em seu nome é absolutamente central na história do Ocidente. Tanto que o calendário se divide em antes e depois de Cristo. Apesar de toda a sua importância para a história do Ocidente, pouco se sabe sobre ele. Nem uma linha foi escrita enquanto Jesus viveu. A maior fonte sobre a sua vida continua sendo os evangelhos, que não são livros de história, e sim, de pregação religiosa.


O mundo sem ele


Sem Jesus Cristo e o cristianismo, não haveria uma Igreja unificada e forte para preservar o pensamento e conhecimento da Antiguidade durante a Idade Média, nem para fazer valer a autoridade de imperadores como Carlos Magno (742-814), que começou a impor ordem à Europa. Sem cristãos não haveria o Islã. Em uma Europa bárbara não haveria Renascença, Grandes Navegações ou Revolução Industrial. Talvez outra civilização fosse dominante, como os persas ou indianos e a tecnologia estaria alguns séculos atrasada.

Karl Marx

Marx partiu de uma filosofia para filósofos para uma filosofia de ação. "Os filósofos apenas tentaram interpretar o mundo de diversas formas; o ponto é mudá-lo", escreveu em 1845. E ele mudou mesmo: o século 20 foi marcado pela divisão mundial entre marxistas e defensores do capitalismo de várias vertentes. Marx também deu uma enorme contribuição acadêmica, o que garante a permanência de seu pensamento como norte intelectual ainda hoje nas ciências humanas. Marx ajudou a criar caminhos intelectuais, como a lógica dialética e o materialismo histórico, que dominariam várias áreas do conhecimento no século 20. Ele é um dos fundadores das ciências sociais, o saber que transformou a mera especulação filosófica em estudo metódico, baseado em conceitos científicos. Sua teoria é um convite à ação.

O mundo sem ele

O socialismo preconizado por Marx, adotado por sindicatos e partidos de esquerda, foi responsável por diversas conquistas dos trabalhadores, como a jornada de 8 horas, as férias anuais e as leis contra o trabalho infantil. A crítica sistemática da sociedade capitalista iniciada por Marx serviu de base intelectual para movimentos que não têm relação direta com a causa do proletariado, como o feminismo e a luta por direitos civis de negros e gays. Sem Marx, não haveria as tragédias do comunismo soviético e chinês, mas também viveríamos num mundo mais conservador, onde o nacionalismo, na ausência das grandes ideologias, seria um fator importante a dividir os países.

Sigmund Freud

O austríaco mudou a imagem que o ser humano tem de si mesmo. Porém, a primeira vista, o pai da psicanálise é um personagem destoante na lista. Não foram feitas revoluções em seu nome e sua contribuição científica é controversa. Porém, entre todos os mencionados, Freud é provavelmente o que tem a maior influência no cotidiano das pessoas hoje em dia. A ideia do que é ser humano foi refundada por Freud. Hoje, cientistas e psicólogos entendem o ser humano como um animal dotado de razão, mas uma razão imperfeita, altamente influenciada por seus desejos e sentimentos, às vezes inconscientes, às vezes inconfessáveis, atormentado pela contradição entre esses impulsos e a vida em sociedade. 

O mundo sem ele

Ele considerava o orgasmo pelo clitóris ou qualquer forma de sexo não reprodutivo como falhas no desenvolvimento mental, mas o mundo seria bem mais "careta" sem ele. Suas teorias influenciaram a arte e o pensamento de vanguarda. A explicação naturalista para o sexo, incluindo a sexualidade na infância, abriu caminho para a revolução sexual, iniciada justamente pelos artistas e pensadores de vanguarda. A filosofia pós-moderna, a rejeição do mundo racional e científico contemporâneo, começa pela dúvida freudiana de uma razão pura. Enfim, sem o austríaco, não haveria os anos 60. O mundo não teria subculturas, mas uma divisão baseada puramente em ideias.

Charles Darwin

O cientista que mudou a história do homem com a seleção natural. Em 1859, seu livro colocou o ser humano em seu devido lugar. Antes dele, a humanidade tomava a si própria como o ápice da criação, num mundo em que todas as outras formas de vida haviam sido colocadas na Terra por Deus apenas para servi-la. A Origem das Espécies demoliu essa visão milenar. Nele, Darwin afirmou que a espécie humana evoluiu, como todas as outras, por meio de um processo que não tem direção definida, com todos os animais partilhando um ancestral comum. É a sobrevivência do mais apto - não a do mais forte - às circunstâncias que guia a evolução. A espécie humana não foi feita à imagem e semelhança de Deus, mas surgiu de um macaco na savana africana.  Esse foi um impacto brutal na autoimagem da humanidade, que até hoje muitos ainda relutam em aceitar. Mas o darwinismo tornou-se a doutrina capaz de explicar e dar novos rumos à biologia, fazendo a ciência - sem trocadilho - evoluir ao longo do século 20. Suas teses são contestadas apenas por um grupo: o dos cristãos fundamentalistas, os chamados criacionistas.

O mundo sem ele


Inúmeros avanços não teriam acontecido. Viveríamos num mundo de máquinas impressionantes, mas de ciência biológica primitiva, onde a maioria das crianças morreria na infância como no século 19. Mesmo que a teoria dos germes fosse desenvolvida, é preciso da seleção natural para entender a resistência aos antibióticos. Ecologia seria apenas romantismo, preservação de paisagens. Darwin também ajudou a impulsionar a genética, e a descoberta do DNA, no século 20, tem a ver com seus escritos. "Sem Darwin, o mundo demoraria a explicar o mundo sem recorrer às forças sobrenaturais", afirma Pedro Paulo Funari, da Unicamp.

Adolf Hitler

Hitler é um dos personagens cujo perfil torna obrigatório incluir uma contagem de cadáveres - 11 milhões, entre judeus, poloneses, comunistas, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová e opositores, em execuções, massacres e campos de extermínio. Isso sem contar os 50 milhões da Segunda Guerra, que podem ser atribuídos a ele. Hitler foi inédito em seu ódio. Em meio a uma guerra que estava perdendo, desviou preciosos recursos para uma imensa operação industrial com o objetivo de eliminar pessoas de forma rápida e eficiente. O nazismo ainda recriou a escravidão em pleno século 20, com 20% da mão de obra alemã provindo de trabalho forçado. "Hitler não apenas ajudou a criar o horror que foram a Segunda Guerra e o Holocausto, nos quais dezenas de milhões morreram. Ele alterou a paisagem política global para sempre", afirma o jornalista e autor norte-americano Jon Lee Anderson.

O mundo sem ele

É provável que a maior contribuição de Adolf Hitler para a história tenha sido desacreditar suas próprias ideias. O nacionalismo se tornou uma maldição na Europa e hoje qualquer discurso nacionalista embute um gene nazista. Racismo e eugenia são práticas totalmente desacreditadas hoje. A cooperação entre os países aumentou de modo a evitar novas guerras, e seu maior resultado foi a criação da Organização das Nações Unidas. Por causa do esforço de guerra, os alemães contribuíram para a conquista do espaço. Os foguetes V2, desenvolvidos pelo alemão Werner von Braun, foram o primeiro passo para os programas espaciais dos EUA e da União Soviética. Há até uma estranha contribuição para a saúde. Os médicos nazistas foram os primeiros a pesquisar a relação entre o cigarro e o câncer. 


Albert Einstein

A física se divide em antes e depois de 1905. Entre março e setembro daquele ano, quatro artigos foram publicados no periódico científico Annalen der Physik, de Berlim. O último deles estabelecia a equivalência entre matéria e energia, uma das equações mais famosas da história da ciência, E=mc2, o que afetaria o mundo de forma bem direta, pois é simplesmente a origem da bomba atômica. Einstein tinha apenas 26 anos e nunca havia dado aulas. Seu trabalho era avaliar patentes num escritório em Berna, na Suíça. Os quatro artigos do annus mirabilis foram produzidos fora do horário de expediente, longe de laboratórios, de colegas com quem discutir e até mesmo de uma biblioteca adequada. Para muitos historiadores da ciência, foi o mais brilhante trabalho amador da História. Em 1939, enviou uma carta ao presidente Franklin Roosevelt, alertando sobre a possibilidade do desenvolvimento de uma bomba atômica alemã. O gesto deu origem ao Projeto Manhattan e daí às bombas de Hiroshima e Nagasaki. Em 1954, ele diria ao amigo Linus Pauling que a carta a Roosevelt foi o maior erro de sua vida.

O mundo sem ele

O fato de Einstein ser judeu evitou uma possível tragédia. Os nazistas batizaram a física quântica e a relatividade de "física judaica" e além de Einstein, o dinamarquês Niels Bohr, outro pioneiro do universo quântico, também era judeu. No lugar da física moderna, propuseram o ensino da "física alemã", a mesma de Isaac Newton. Por isso, e pela fuga de cérebros causada pela perseguição, o programa nuclear nazista foi um fracasso, já que se alguém de olhos azuis fosse o autor de E=mc2, a história poderia ser diferente, e pior. As bombas atômicas também impediram a Terceira Guerra Mundial. Estados Unidos e União Soviética mantiveram uma paz tensa por medo da aniquilação mútua.

Vladimir Lenin

Vladimir Ilyich Uliánov foi um revolucionário e chefe do Estado Russo. Um dos grandes responsáveis pela Revolução Russa, em 1917. Ano em que a guarda vermelha de Lenin depôs o governo e deu início a uma guerra civil que duraria até 1923 e na qual padeceram, entre balas, fome e repressão brutal, 9 milhões de russos. Dessa forma traumática, nasceu a primeira nação marxista, oficializada em 1922.

O mundo sem ele

É difícil imaginar a história do século 20 sem a União Soviética ou qualquer outro país comunista. E a maneira de organização dos comunistas é obra de Lenin e de seu modelo de partido revolucionário, baseado no que chamava de "centralismo democrático", capaz de "liderar as massas contra a burguesia". O medo do comunismo fez com que quase todos os países democráticos, inclusive os Estados Unidos, aprovassem programas sociais e legislação trabalhista. Sem a insegurança gerada pelo risco do comunismo, a questão social ainda poderia continuar sendo tratada como caso de polícia. A causa anti-imperialista também teve em Lenin um de seus mais potentes defensores, e é possível que África e Ásia ainda tivessem colônias europeias sem sua inspiração nas lutas anticoloniais do século 20 - o socialismo foi o norte dos grupos envolvidos em processos de independência. A luta contra o comunismo tem seu lado sombrio em fatos como as ditaduras no Brasil e em outros países da América Latina, que colocaram os militares no poder por temor de governos esquerdistas. 

Josef Stalin

É possível gastar milhares de páginas tratando das atrocidades de Stalin. Enquanto Lenin acreditava que a URSS só sobreviveria se conseguisse exportar a revolução, Stalin lançou a doutrina do "socialismo em um só país". Dizia que era possível a União Soviética sobreviver sozinha. E acabaria por provar isso - mas, antes, precisou transformar a Rússia de um país agrícola retrógrado em uma potência industrial. Em 1939, União Soviética e Alemanha assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop, um acordo secreto de não agressão. Em junho de 1941, Hitler rasgou o tratado e invadiu a União Soviética, pegando Stalin de surpresa. Stalin permaneceu no Kremlin e liderou pessoalmente a resistência. A resistência em Moscou e em outras cidades soviéticas, como Stalingrado, inverteria a situação nos dois anos seguintes. Em 1945, as tropas soviéticas marchavam sobre Berlim. Na conta de Stalin pode-se pendurar o atraso colossal da biologia e das artes durante seu longo governo, destruídas por seus zelosos comissários. Mas ao virar o rumo da guerra quase sozinho ele salvou o mundo do nazismo.


O mundo sem ele


A União Soviética seria com certeza um lugar mais agradável de viver. E isso duraria até ser conquistada pela Alemanha nazista, que considerava os eslavos um povo inferior, naturalmente vocacionados à escravidão. O algoz também poderia ter sido o Japão imperial, que tinha planos para atacar o país, mas desistiu quando o ensaio da invasão, uma batalha na Mongólia, em 1939, falhou miseravelmente diante dos tanques e aviões russos, fruto da indústria pesada que acabara de ser criada por Stalin. Ou ainda pelos Estados Unidos depois da Segunda Guerra, se o ditador não tivesse conseguido a bomba atômica com a ajuda de seus espiões. A força da União Soviética na Segunda Guerra não pode ser subestimada. Sem Stalin, o nazismo teria dominado tudo, da Sibéria até a França, e daí, quem sabe, o resto do mundo.


Mao Tsé-Tung


A China moderna, único país candidato a ameaçar a hegemonia econômica norte-americana, nasceu das ações de Mao Tsé-tung. Ele tirou o país do "século de humilhação", que vinha desde a derrota para o Reino Unido na Primeira Guerra do Ópio, em 1842. Ao se divorciar da União Soviética, nos anos 60, Mao partiu o comunismo em dois. Mas isso deu um novo fôlego a muitos comunistas pelo mundo, pois a União Soviética era associada aos crimes de Stalin e a uma burocracia envelhecida, corrupta e sem fervor revolucionário. Mao, "para o bem ou para o mal, unificou a nação ancestral da China, pavimentando o caminho para a eventual emergência do país de séculos de isolamento", como afirma o jornalista e escritor norte-americano Jon Lee Anderson. O "para o mal" não pode ser subestimado. Entre 30 milhões e 70 milhões de mortes são atribuídas à repressão e às experiências sociais de Mao, o que, em números absolutos, configura a pior matança da história.


O mundo sem ele


Se a China fosse liberada pelos nacionalistas, talvez tivesse um destino parecido ao de Taiwan, um dos Tigres Asiáticos - países da região que se desenvolveram rapidamente no final do século passado. Mas dadas suas proporções e desafios colossais - antes de Mao Tsé-tung, o país era uma caricatura de nação que mal conseguia alimentar sua população - não há garantias. Outra questão é se a China fundada no nacionalismo militarista de Chiang Kai-shek, cheia de ressentimentos contra a União Soviética, o Japão e o Ocidente, não seria uma ameaça à ordem mundial. "Sem Mao não haveria a China que o capitalismo resolveu adorar", diz Francisco Alambert, da USP.

Abraham Lincoln

Ao menos uma vez na História, o mérito de um grande político esteve justamente em ignorar suas promessas. Em 1859, Abraham Lincoln falou a uma plateia em Cincinnati, Ohio: "Não tenho qualquer propósito de interferir diretamente ou indiretamente com a instituição da escravidão nos estados em que ela existe". Repetiu o mesmo discurso em outras ocasiões. Em sua carreira, havia feito de tudo para tornar mais difícil a escravidão, instituição que frequentemente comparava a um "câncer". Também dizia que a frase na Declaração de Independência dos Estados Unidos, "todos os homens são criados iguais", se aplicava aos negros, ideia chocante para muitos na época. Lincoln foi o presidente que libertou os escravos, salvou os EUA e abriu caminho para a luta dos negros, de Martin Luther King a Nelson Mandela.

O mundo sem ele


O fato de os Estados Unidos se dizerem a terra da liberdade enquanto tinham escravos era uma hipocrisia que não passava despercebida por outros países. O fim da escravidão e a guerra civil marcaram a refundação do país, que deu início a uma segunda luta, a dos direitos dos negros, com as últimas leis racistas nos Estados do sul abolidas em 1965, após uma longa campanha pelos direitos civis. A luta dos negros americanos inspirou e deu ideias a movimentos similares no mundo todo, inclusive no Brasil. Sem Lincoln, é possível que a escravidão continuasse até o século 20 tanto lá quanto aqui - e a situação dos negros certamente seria pior. Os Estados Unidos provavelmente seriam um país mais atrasado, agrícola e isolado, não a potência industrial que interveio no mundo em momentos críticos, como na Segunda Guerra.

Fonte: Aventuras na História

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Eu e as animações/filmes infantis #spoilers

Frozen: uma aventura congelante. Este é o motivo deste texto. Foi por causa deste filme, pelo qual eu me apaixonei desde que assisti no cinema, que eu decidi expressar minha opinião sobre o tema.


Assisto animações com bastante frequencia, porque gosto e porque trabalho com criança. Entre os meus filmes preferidos estão A Era do Gelo, O Rei Leão, que só fui ver depois de velha, Enrolados, Valente, e agora, Frozen. Vou focar nos dois últimos.

Apesar de não ter feito tanto sucesso quanto Frozen, Valente, da Pixar, na minha opinião, é maravilhoso.

O filme conta a história de Merida, uma menina cheia de personalidade que, com seus cabelos rebeldes e vermelhos ao vento, gosta de andar a cavalo e lançar flechas pelas montanhas da Escócia .

Nem um pouco preocupada com o fato de ser uma princesa, ela fica p da vida quando seus pais decidem que ela tem que casar. Quando foge de casa para “soltar os cachorros”, encontra uma bruxa, que, como toda bruxa, ou quase toda, oferece uma solução fácil para seu problema.

Por que eu gostei tanto?
Rei Fergus!

É uma história sobre conflitos entre mãe e filha, com diálogos bem válidos. Visualmente é muito bonito e também tem uma trilha ótima. Destaque para as versões brasileiras gravadas pela Manu Gavassi. Há quem ache palha, mas eu, particularmente, adorei. Destaque também para o cativante pai da Merida, o Rei Fergus.




"Vou correr, vou voar e o céu eu vou tocar!"



Porém, o grande trunfo de Valente é que o filme acabou com o esteriótipo das princesas delicadas, pra lá de comedidas. Merida é cheia de personalidade, com qualidades, mas também defeitos. Merida é como muitas meninas por aí. Aliás, vamos combinar que existem por aí muito mais Meridas do que Cinderelas.

Assista ao trailer de Valente.

E foi essa desconstrução do “clássico” que me cativou também em Frozen. O filme da Disney, ganhador do Oscar de melhor animação, conta a história das princesas de Arendelle, Anna e Elsa, irmãs inseparáveis na infância, quando os poderes de Elsa, de fazer firulas com gelo, ainda não eram um problema.

Tudo muda quando, durante uma brincadeira, Elsa atinge a irmã com seus poderes. Nesse momento entram em cena os Trolls, que curam Anna e aconselham o rei e a rainha a esconder os poderes de Elsa, até mesmo de sua irmã Anna, o que leva ao fechamento dos portões do castelo e a tristeza de Anna, que não entende porque sua querida irmã não lhe dá mais atenção.

O tempo passa e em um triste dia, durante uma tempestade, o rei e a rainha morrem. Elsa, então, assume o trono. Até este momento o filme passa rapidinho, só para contextualizar a história toda. Depois disso, devido à exposição pela posição que passa a ocupar, Elsa passa a se concentrar para não deixar seus poderes visíveis. Sem entender nada, Anna a questiona depois da coroação e acaba tirando das mãos de sua irmã as luvas que encobrem seu segredo. O resultado é um reino congelado e muita confusão.

A rainha Elsa foge para as colinas montanhas, onde constrói um castelo de gelo e conhece a força e a beleza de seus poderes. A princesa Anna, sentindo-se culpada e disposta a resolver tudo, vai atrás da irmã, deixando Arendelle sob os cuidados do "noivo" Hans. O drama familiar ganha graça e fofura com a presença de três figuras: Kristof, um entregador de gelo, seu alce Sven e o boneco de neve Olaf, que é o responsável pelos momentos mais engraçados da animação.

Por que eu gostei tanto?

Por tudo o que escrevi ali em cima, e mais. Gostei porque a Anna, apesar de princesa, não é nada controlada. É atrapalhada e fala pelos cotovelos. Outro ponto positivo é que, apesar de sonhar com um príncipe encantado, termina com um plebeu, o seu parceiro de aventuras e trapalhadas, Kristof.

Quanto a Elsa, gostei da forma como foram mostradas as inseguranças dela em relação ao seu poder e a sua libertação. A música Let it go, Livre estou, no Brasil, não sai da minha cabeça. Virou quase um hino para mim. Uma letra pra lá de significativa e que com certeza diz muito, não só para mim.  Também achei mega lindo o zelo dela em relação a irmã

"Não podem vir, não podem ver, sempre a boa menina deve ser. Encobrir, não sentir, nunca saberão..."



Gostei do humor maravilhoso do Olaf, que ao contrário do José, de Enrolados, dublado pelo Luciano Huck, foi maravilhosamente dublado pelo ótimo Fábio Porchat. O boneco de neve e Sven, o alce, são uma diversão à parte.

Mas, apesar de já ter me alongado bastante, não falei ainda o que mais gostei.
O que eu mais gostei no filme foi o jeito lindo com que o amor verdadeiro foi mostrado. Nada de beijo entre o príncipe e a princesa. O ato de amor verdadeiro que resolveu os problemas todos foi entre as irmãs Elsa e Anna. Estupendo!

A Disney acertou em cheio em Frozen. E não sou só eu que acho isso não. O filme está no Top 10 das maiores bilheterias da história. Ganhou o Oscar de melhor animação e melhor trilha sonora.


Apesar de eu ter enchido o texto de spoilers, quem ainda não viu, deve ver, ou, pelo menos, dar a uma criança querida a oportunidade de se encantar com Frozen. Vale muito, também, ver Valente. Na dúvida, assista os dois!

Até mais!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A Menina que roubava livros, o filme. #Spoilers

Sabe aquela alegria, que de tão intensa você nem consegue externar?
Era mais ou menos assim que eu estava enquanto assistia o filme.


 Com uma trilha sonora perfeita e atores sensacionais, A menina que roubava livros, mais uma vez, arrebatou meu coração. A doçura, a sutileza e a beleza das palavras de Markuz Zusak foram muito bem adaptadas por Brian Percival.

O filme fez rir e chorar. Tudo na medida certa, sem exageros. Exatamente como fez o livro com seus leitores mais atentos e apaixonados. Liesel Meminger, Hans e Rosa Huberman, interpretados por Sophie Nélisse, Geoffrey Rush e Emily Watson, respectivamente, estavam magníficos. Os três conseguiram transmitir, com muita fidelidade, todo o amor existente entre a família.

O judeu Max Vandenburg também foi muito bem representado por Ben Schnetzer. Só senti falta da descrição de seus cabelos de graveto. Rudy Steiner, vivido por Nico Liersch, deu um show a parte e foi, como já se esperava, o responsável por uma das cenas mais emocionantes do filme, juntamente com Sophie. Ainda que a cena não tenha sido lá muito fiel. Ele também teve participações bastante engraçadas no filme. Sendo o responsável também, junto com Geoffrey - e Emily, algumas vezes-, por fazer o público rir.

Algumas partes do livro foram mostradas no filme de um jeito um pouco diferente do que o leitor esperava, mas isso não prejudicou em nada o filme. Aliás, até ajudou em alguns casos, como quando Liesel e Max ironizam a mãe de Hitler.

O que o filme não mostrou?

Depois da adaptação de um livro para o cinema, além da discussão inevitável sobre a aparência dos atores em relação aos personagens, sempre há a discussão sobre o que o filme adaptou para a telona e o que passou batido. Em A menina que roubava livros, muitos trechos lindos do livro passaram batido, o que é compreensível, até porque se fosse para adaptar tudo seria preciso uma minissérie.

“Com um sorriso desses você não precisa de olhos”. Esse foi um dos trechos pelo qual eu esperei, mas não estava na adaptação. Assim como o trecho em que Rudy e Liesel roubam maçãs, o que Rudy joga pão para os judeus e o trecho em que ele deixa um ursinho para um aviador morto em meio à floresta.

Senti falta de personagens, especialmente Frau Diller, Pififikus, os filhos de Hans e Rosa Huberman e Tommy Miller. O último foi apenas citado. Mas posso garantir que nenhuma dessas ausências, tanto a de trechos como a de personagens, prejudicou o filme. Nem mesmo as roupas, muito bonitinhas, e o inglês conseguiram tal feito.

A Morte

Outra grande dúvida dos leitores apaixonados e também dos nem tão apaixonados assim, era como a Morte, a narradora, ia entrar no filme. Apenas uma narração mesmo? Uma personagem física? Não vou estragar a surpresa, mais do que já estraguei, então, só vou dizer que, Brian Percival se saiu muito bem.

Enfim

Em minha opinião, o filme foi sensacional. Obviamente, nem tanto quanto o livro, mas foi lindo. Quando levantei da cadeira já estava louca para ver de novo. Sou uma fã apaixonada pelo livro e por isso, posso ter me deixado levar e ter feito elogios demais para a adaptação. Então, na medida do possível, leiam o livro, assistam o filme e tirem suas próprias conclusões.



sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Segredos revelados

O livro de Fern Michaels conta a história de Alex e Kate Rocket, um casal que vive o casamento perfeito. Além do casamento perfeito, Alex tem um canil, onde, basicamente, passa os dias.  Já Kate ama cozinhar e se dedica a isso com afinco, além de trabalhar também com arte.

O casal tem como melhores amigos Don e Debbie Winter, que tem duas filhas, Sara e Emily, das quais Alex e Kate cuidam sempre que os amigos viajam. Até que um dia uma ligação muda tudo. Sara acusa Alex de um crime e cria uma briga entre os casais. De uma hora para a outra, a acusação de Sara transforma a vida de Alex e Kate em um inferno.

Kate se vê impotente enquanto o marido inocente é condenado e mandado para a prisão. Se isso já não fosse o bastante, mais uma tragédia acontece na vida de Kate e ela decide se vingar das pessoas que destruíram sua vida perfeita.

Conheci a obra por meio da Fernanda Camilo, do blog Segredos em Livros. Fizemos uma troca de livros e ela me deu esse. Me surpreendi. Muito. Nunca tinha lido nada da autora e me peguei completamente presa na leitura. Fern Michaels escreve de forma muito envolvente. Difícil parar de ler. É o tipo de livro que você quer saber como termina mas não quer terminar.