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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Minimamente Feliz

A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida.

Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive certeza de
que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.

Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.

'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', sou adepta da felicidade homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.

Alguns crescem esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: 'Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos. Agora, se descobre que dá pra ser feliz no singular: 'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível'.

Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: 'Comigo mesma', respondeu. 'Adoro conversar com pessoas inteligentes'.

Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.

Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'. Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar', 'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem que me mereça', tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje.

Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham?

Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades. Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digam.

Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.

Leila Ferreira, jornalista.

Para sambar na cara dos meus momentos ruins, alguns dos meus momentos de felicidade.































quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quando eu era criança...

... eu tinha um quadro da família dinossauro no quarto. Nele, o Baby batia na cabeça do Dino e estava escrito: Não é mamãe!

Não lembro como esse assunto surgiu, eu sei que depois desse meu comentário, eu e minhas colegas de trabalho listamos várias coisas do tempo que a gente era criança. Como é engraçado parar para pensar nisso né. Pensar que a gente se divertia com coisas tão simples e as crianças de hoje só querem saber de Playstation, Playstation, Playstation...

Eu por exemplo, não tinha casas de Barbie, eu fazia minhas próprias casinhas com terra e água. Pegava uma terrinha, colocava um pouco de água, fazia um barrinho e modelava minhas casas em cima de um pedaço de madeira que servia de base.

Eu pegava um pedaço de cano, colocava sabão em pó em um copo e saia fazendo bolinhas. Era uma alegria. Tá que essa alegria teve fim para mim quando eu ao invés de soprar suguei o líquido e tomei água de sabão em pó. Tive que tomar um copo de leite cheio para, de acordo com a minha mãe, desintoxicar. Até hoje leite puro me dá nojinho.

Eu jogava tazo. Nossa, como eu gostava. Quando surgiram aqueles que a gente montava e ele saia rodopiando então, minha nossa senhora, que felicidade. Bolinha de gude era outra diversão. Eu sempre acabava brigando, porque sempre tinha aquele que carregava, que queimava a linha, enfim, roubava na cara dura.


Ah... Outra coisa que eu fazia. Brincava de esconder no bairro todo.


Tá, eu não fazia, meus irmãos faziam. Eu era pequena demais. Sempre fiquei só na vontade =/


Mas... Para compensar o fato de que eu nunca pude brincar de esconder no bairro todo, depois de uns anos eu tive o prazer de ter em casa uma mesa de ping pong, um pinball e uma bicicleta com dois lugares. Todos, feitos pelos meus irmãos. Tirando que eu continuava pequena demais para andar na bicicleta de dois lugares, eu me diverti muito com a mesa de ping pong e com o pinball.


Eu tinha um pirocóptero também. Nunca precisei de brinquedos com controle remoto, o meu super pirocóptero nem precisava de pilhas. Eu tinha uma bota da Carla Perez também, daquelas que conforme virava a Carla dançava. Nunca precisei de uma sandália da Pucca. Eu dançava na boca da garrafa, botava a mão no joelho e dava uma abaixadinha, ia ralando gostoso balançando a bundinha e ninguém me recriminava por isso. Sim, eu dançava na boca da garrafa.

Sabão cracrá, sabão cracrá... Não deixa os cabelos do sapo enrolar. Era assim que eu cantava. Minha mãe jurava que eu não sabia que era saco. Mas quem é que disse que eu sabia de que saco é que a música tava falando. Eu não entendia a letra, mas que eu sabia que não era sapo eu sabia.

Tantas e tantas coisas. Algumas que eu nem lembro. As crianças podiam ficar na rua brincando até anoitecer, não tinha problema nenhum. Tempo bom.

As crianças de hoje em dia que me desculpem, mas quando eu era criança era bem mais legal!