Ontem fui entregar a cópia encadernada do meu TCC na Satc, e como em um filme, muita coisa me veio na cabeça...
Eu estava preocupada, pensando em como ia continuar pagando minha faculdade, quando recebi uma carta do Ministério da Educação dizendo que eu tinha ganhado uma bolsa de estudos integral pelo Prouni. Ótimo, se não fosse para Jornalismo, e na Faculdade Satc, em Criciúma. Uma decepção para mim que sempre quis estudar Publicidade e Propaganda.
A minha razão me dizia: "Não perca essa oportunidade". O meu coração dizia: "Vai deixar de lado o que sempre quis?". Com o coração doendo e levando em conta a situação financeira, ouvi minha razão.
Cheguei na Satc como se todos os meus planos tivessem ido pelo ralo. No meu primeiro dia de aula, logo na chegada, fui convidada a ir ao centro do círculo formado pelos alunos para recitar um poema, como todos os alunos tinham feito, conforme a professora na ocasião, Sonia Trichez.

Eis o "poema":
"
O amor é uma dor,
É um tédio sem remédio,
Que nem um prédio desabando,
Assim Eu sigo te amando".
(Mr. Catra) ¬¬
Todo mundo se estragou rindo de mim, claro.
Quando já estava de volta ao meu lugar, a professora me disse que aquilo era uma espécie de trote, que ninguém tinha feito aquilo. Ótimo.Vim embora aquele dia detestando cada pessoa daquela sala. Mas com o tempo fui baixando a guarda e então, todas as coisinhas bonitinhas das quais eu queria falar desde o começo do post começaram a acontecer.
Conheci gente de tudo quanto é tipo, de tudo quanto é lugar. Conheci pessoas que jamais vou esquecer, que vão ficar eternamente guardadas no meu coração. E também conheci algumas que se eu não tivesse conhecido não faria diferença.

Não aprendi só a ser jornalista. Aprendi a respeitar mais as outras pessoas, suas opiniões. Aprendi que nada na vida acontece por acaso. Aprendi que demora muito tempo para se conhecer realmente uma pessoa. E aprendi que nem sempre a gente gosta do que conhece.
Aprendi a jogar uno, a falar mais besteira do que eu já falava... Percebi que sempre tem alguém mais idiota, desprovido de inteligência, inteligente, egoísta, carinhoso, educado, mal-educado, estranho, normal, pior, melhor... que eu. E eu preciso respeitar tudo isso.
Ontem, quando fui entregar a cópia encadernada do meu TCC, tive vontade de chorar, de tristeza e felicidade ao mesmo tempo. Para todo lugar que eu olhava, uma lembrança me vinha na cabeça.
Quatro anos de correria, de angústia a cada prazo de entrega que se aproximava e o trabalho estava pela metade, de felicidade, quando como em um milagre, o trabalho ficava pronto a tempo. Quatro anos inesquecíveis.

Nesses quatro anos muitas coisas aconteceram na minha vida. Vivi momentos de felicidade, de tristeza, chorei por quem eu jamais tinha imaginado que choraria, sofri por amor, matei cachorro a grito, me machuquei dolorosamente jogando futebol, ganhei uma sobrinha, ganhei festa surpresa, li o meu livro favorito, desperdicei oportunidades, agarrei oportunidades, decepcionei e fui decepcionada, enfim, fiz muita coisa, e compartilhei, com algumas pessoas em especial, todos esses momentos.
Hoje, jornalista, só esperando a colação, agradeço a Deus por aquela carta. Agradeço por todas as pessoas que foram postas no meu caminho para que tudo o que me aconteceu se tornasse possível.
Hoje, me encontrei no jornalismo, e agradeço a todos os professores que me ensinaram a ser jornalista. Agradeço também a todos os amigos, que dividiram comigo momentos de felicidade e me deram força nos momentos de tristeza. Ouso dizer que foram os quatro melhores anos da minha vida, pelo menos dos que eu lembro.
Enfim, agradeço a todas as pessoas ao meu redor, por fazerem parte da minha vida e por torná-la tão especial.