Há alguns
dias recebi uma ligação: “Líz, preciso da tua ajuda”, disse minha amiga quase
desesperada. Ela queria mandar um arranjo de flores e outras coisinhas fofas
para a namorada, mas como não mora na mesma cidade que a dita cuja, não estava
conseguindo ter êxito. Tratei então de perguntar o que exatamente ela queria e
meti a mão na massa. Ou melhor, no telefone.
Depois de
algumas ligações, retornei para a minha amiga dando a ela opções. Depois de
bater o martelo, ela me mandou uma mensagem com o que queria que estivesse no
cartão. Eu poderia me apaixonar por ela não fosse a minha relutância. Mas, ler
a declaração foi o de menos. Lindo mesmo foi eu ditando para a moça da
floricultura os dizeres do cartão: “Você deu um novo sentido à minha vida. Com
saudades e muito carinho do seu amor. Te amo. Parabéns pelo nosso dia minha
vida!”
Detalhe:
os meus colegas de trabalho podem claramente me ouvir falar ao telefone. Tentei
amenizar o constrangimento rindo, mas não surtiu muito efeito. Passado o
constrangimento de ter me declarado para a moça da floricultura – do ponto de
vista dos meus colegas -, pedi que fossem até o meu local de trabalho fazer a
cobrança, já que eu não poderia sair. O.K!
Logo que
vi a moça, com um arranjo de rosas vermelhas na mão, tratei de descer e
concluir o favor de forma discreta. Não foi possível, já que comentários como
“Uhm, que lindo”, já me rodeavam. Recebi a nota e paguei. Tudo ia bem, até que
a moça resolveu mostrar o quanto sabe ser discreta.
(Não sei
se com vocês é assim, mas toda vez que algo constrangedor está para acontecer
comigo o mundo para de girar e eu viro o centro das atenções ou todo mundo fica
quieto para ouvir a besteira que sairá da minha boca).
“É para entregar para a Fulana na loja 1 ou na loja 2?”.
Ahh... Como eu queria! |
Quando ela
finalmente saiu pude perceber os olhares de “Como assim? Rosas vermelhas para a
Maria?” Tentei agir com naturalidade e voltei ao meu trabalho, mas não consegui
parar de rir da situação, e claro, não conseguia tirar da cabeça a ideia de
matar a minha amiga, que ao me ouvir contar toda a situação só ria
escandalosamente no celular.
Obs:
•
Mesmo após todo o constrangimento continuo fazendo favores. Não me importo de
ajudar, mas, queridas amigas, vocês sabem que estou falando de vocês, não me
metam em frias!
•
Moças que fazem cobranças e entregas em floriculturas... Mesmo que o pedido
seja o mais normal de todos, não digam em voz alta na frente de outras pessoas
para quem e onde vão entregar a encomenda, pode ser que a pessoa queira
discrição.
Obrigada!
Publicada
no site Reeditando.com em 23 de novembro de 2012.